Oxalidaceae

Oxalis fruticosa Raddi

Como citar:

Mariana Sartor; undefined. 2023. Oxalis fruticosa (Oxalidaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

NT

EOO:

122.715,657 Km2

AOO:

164,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

É endêmica do Brasil, e apresenta distribuição restrita aos estados da Bahia e Rio de Janeiro, até o momento.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2023
Avaliador: Mariana Sartor
Revisor:
Critério: B2b(iii)
Categoria: NT
Justificativa:

Oxalis fruticosa é um arbusto endêmico das florestas ombrófilas e restingas da mata atlântica. Apresenta EOO de 104,43km² e AOO de 164km², com sua distribuição disjunta em populações na Bahia e no Rio de Janeiro, sendo que o estado fluminense concentra a maior parte das subpopulações (inferido a partir da maior quantidade de registros). No sul da Bahia, onde a espécie ocorre, houve um declínio na qualidade do habitat pela conversão da cobertura nativa para atividade agropecuária (monoculturas) desde, pelo menos, 1985 (Mapbiomas, 2023), restando poucos fragmentos florestais p/ ocorrência da espécie. Das sete localidades na Bahia, três são em Unidades de Conservação, e no Rio de Janeiro a espécie está presente em cinco Unidades de Conservação. Os dois principais vetores de pressão que ameaçam O. fruticosa atualmente são a conversão do habitat para agropecuária intensiva na Bahia, e a expansão urbana no litoral do Rio de Janeiro. Além disso, por se tratar de uma espécie que ocorre em restingas, há de se considerar o impacto que as mudanças climáticas e o aumento do nível do mar terão sobre a distribuição e sobrevivência da espécie, ainda pouco conhecidos, mas com indícios na literatura (Marques, 2016; IPCC, 2022). A espécie é considerada, portanto, Quase Ameaçada (NT).

Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Arbusto ou subarbusto ereto de até ca. 50 cm altura, caule aéreo; folhas opostas a alternas, trifolioladas,com o pecíolo transformado em filódio, característico da sessão Phyllodoxys. Folíolos verdes in vivo e esparsamente hirsutos em ambas as faces. Cimeiras dicasiais com 2-8 floras, menores que as folhas, cálice pubescente na face abaxial, glabro na face adaxial. Corola amarela.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não são conhecidos dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial, rupicolous
Forma de vida: bush, subshrub
Fenologia: perenifolia
Longevidade: perennial
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Restinga
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Clone: no
Detalhes: Ocorre em áreas de restinga e floresta ombrófila com elevações até ca. 700 m, geralmente em trechos sombreados e úmidos de matas, margens de rios e em afloramentos rochosos.
Referências:
  1. Costa, T. S., Sakuragui, C. M., & Fiaschi, P. (2019). Flora do Rio de Janeiro: Oxalidaceae. Rodriguésia, 70.

Reprodução:

Detalhes: Espécie hermafrodita, floresce e frutifica praticamente durante todo o ano.
Fenologia: flowering (Jan~Dec), fruiting (Jan~Dec)
Estratégia: iteropara
Sistema sexual: hermafrodita
Referências:
  1. Costa, T. S., Sakuragui, C. M., & Fiaschi, P. (2019). Flora do Rio de Janeiro: Oxalidaceae. Rodriguésia, 70.

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.1 Housing & urban areas past,present local
Ameaças incluem degradação de ambientes naturais para a expansão de áreas antropizadas e urbanas, principalmente no Rio de Janeiro.
Referências:
  1. Lembi, R. C., Cronemberger, C., Picharillo, C., Koffler, S., Sena, P. H., Felappi, J. F., ... & Mansur, A. V. (2020). Expansão urbana na Mata Atlântica: aplicando o “Nature Futures Framework” para desenvolver um modelo conceitual e cenários futuros. Biota Neotropica, 20.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.2.2 Agro-industry plantations habitat past,present regional high
A pressão do avanço da agropecuária na região entre Una e Itamaraju, no sul da Bahia, onde a espécie ocorre, têm convertido o habitat original da espécie em plantações de monocultura e pastagens. Segundo dados do Mapbiomas, entre 1985 e 2021 a cobertura florestal nessa região diminuiu de 55,36% para 39,65%, enquanto a área destinada à agropecuária aumentou de 34,45% para 52,61%.
Referências:
  1. Projeto MapBiomas – Coleção v. 07 da Série Anual de Mapas de Uso e Cobertura da Terra do Brasil, acessado em 10/03/2023 através do link: https://plataforma.brasil.mapbiomas.org/cobertura?activeBaseMap=9&layersOpacity=100&activeModule=coverage&activeModuleContent=coverage%3Acoverage_main&activeYear=2021&mapPosition=-16.551962%2C-56.685639%2C4&timelineLimitsRange=1985%2C2021&baseParams[territoryType]=4&baseParams[territoryValueType]=multiple&baseParams[territory]=2174&baseParams[territories]=2262%3BUna%20%28BA%29%3B4%3BMunic%C3%ADpio%3B-15.391673196999953%3B-39.341209215999946%3B-15.035801396999968%3B-38.97321849499999%2C2172%3BPorto%20Seguro%20%28BA%29%3B4%3BMunic%C3%ADpio%3B-16.928762543999962%3B-39.51909501399992%3B-16.343570181999976%3B-39.00858823899995%2C2047%3BItamaraju%20%28BA%29%3B4%3BMunic%C3%ADpio%3B-17.2423751919999%3B-40.07990776399996%3B-16.728782463999945%3B-39.43723309599997%2C1904%3BBelmonte%20%28BA%29%3B4%3BMunic%C3%ADpio%3B-16.132186498999932%3B-39.57282821399996%3B-15.766680903999983%3B-38.85282869399999%2C1938%3BCanavieiras%20%28BA%29%3B4%3BMunic%C3%ADpio%3B-15.85037674399997%3B-39.368285146999966%3B-15.371515803999944%3B-38.89360811699999%2C2200%3BSanta%20Cruz%20Cabr%C3%A1lia%20%28BA%29%3B4%3BMunic%C3%ADpio%3B-16.396313188999976%3B-39.45679210899994%3B-16.052244304999927%3B-38.91896521099991%2C2174%3BPrado%20%28BA%29%3B4%3BMunic%C3%ADpio%3B-17.44600670799997%3B-39.63585574999994%3B-16.88801795699991%3B-39.10664168099995&baseParams[activeClassesLevelsListItems]=1%2C7%2C8%2C9%2C10%2C2%2C11%2C12%2C13%2C14%2C15%2C16%2C3%2C17%2C18%2C27%2C37%2C38%2C39%2C40%2C41%2C28%2C42%2C43%2C44%2C19%2C20%2C4%2C21%2C22%2C23%2C24%2C5%2C25%2C26%2C6&baseParams[activeTransitionsClassesListItems]=non_vegetated_areas_to_vegetated%2Cincrease_of_water_surface%2Creduction_of_water_surface%2Cgain_of_forest_plantations%2Cvegetated_areas_to_non_vegetated%2Careas_without_transitions_or_unobserved
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Ecosystem/community stresses 11 Climate change & severe weather occupancy future national very low
As mudanças climáticas e o aumento do nível do mar terão impacto direto sobre as áreas de distribuição e sobrevivência de espécies costeiras no Brasil, ainda que esses impactos sejam pouco conhecidos. O IPCC estima que o nível do mar pode chegar até 2m em 2100, no pior cenário. Em sua pesquisa, Marques (2016) demonstrou que a distribuição de plantas endêmicas de ambientes costeiros no Brasil poderá ser reduzida em até 41% até o ano de 2080 devido às mudanças climáticas. Quando o aumento do nível do mar é considerado, a redução área adequada para as espécies aumenta para 57% (Marques, 2016; IPCC, 2022).
Referências:
  1. IPCC, 2022: Summary for Policymakers [H.-O. Pörtner, D.C. Roberts, E.S. Poloczanska, K. Mintenbeck, M. Tignor, A. Alegría, M. Craig, S. Langsdorf, S. Löschke, V. Möller, A. Okem (eds.)]. In: Climate Change 2022: Impacts, Adaptation and Vulnerability. Contribution of Working Group II to the Sixth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change [H.-O. Pörtner, D.C. Roberts, M. Tignor, E.S. Poloczanska, K. Mintenbeck, A. Alegría, M. Craig, S. Langsdorf, S. Löschke, V. Möller, A. Okem, B. Rama (eds.)]. Cambridge University Press, Cambridge, UK and New York, NY, USA, pp. 3-33, doi:10.1017/9781009325844.001.
  2. Marques, T. L. 2016. Os impactos das mudanças climáticas e do aumento do nível do mar sobre a distribuição geográfica de plantas costeiras. Tese de Doutorado. Universidade Federal Do Rio De Janeiro.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie está presente nas seguintes Unidades de Conservação: Refúgio de Vida Silvestre de Una, RPPN Fazenda Riacho das Pedras, Parque Nacional e Histórico do Monte Pascoal, PARNA Tijuca, Parque Municipal Ecológico da Prainha, PARNA Pedra Branca, RPPN Rio das Pedras, PARNA Serra dos Órgãos.
Referências:
  1. BRASIL. 2023. Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC). Acessado em 13/03/2023. Disponível em: <https://cnuc.mma.gov.br/>

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
Não são conhecidos usos da espécie.